Erico Veríssimo

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“Olha as estrelas. Enquanto elas brilharem haverá esperança na vida.”

-Erico Veríssimo, “Olhai os Lírios do Campo”.


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Como o tempo custa a passar quando a gente espera! Principalmente quando venta. Parece que o vento maneia o tempo.”

- Erico Verissimo, em "O Tempo e o Vento”.


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"Era tanto silêncio e tão leve o ar, que se alguém aguçasse o ouvido talvez pudesse até escutar o sereno na solidão."

- Erico Verissimo, em "O Tempo e o Vento".


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Reduzi ao mínimo as minhas frustrações. Sempre fui um sujeito tímido e moderado, até no sonho, nos projetos. Tenho tudo ou quase tudo quanto desejei, e muito mais do que ousei esperar. A ideia de ser querido, digamos a palavra exata – amado, me agrada, me alegra mais do que a ideia de ser admirado. Se você me perguntasse se sou um homem natural, para ser bem sincero, eu lhe confessaria que de certo modo moldei a minha própria imagem, a face do homem que eu desejo que os outros vejam.”

-Erico Veríssimo. Fonte: LISPECTOR, Clarice, Clarice Lispector entrevistas”.


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“Ninguém pode falar de ninguém sem contar uma história. Nenhuma figura humana pode ser estudada em termos literários num vácuo, pois ela pertence a um tempo e a um espaço, tem um passado, vive um presente. É também um contínuo devir, um processo transitivo e não um produto acabado.”

- Erico Verissimo, em "ALEV - Acervo Literário Erico Verissimo".


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“Em geral quando termino um livro encontro-me numa confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga tristeza. Relendo a obra mais tarde, quase sempre penso ‘Não era bem isto o que queria dizer’.”

- Erico Verissimo, em "O escritor diante do espelho".


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“Sentado no banco do jardim, Amaro lê seus poetas.

As folhas da árvore que lhe dá sombra desenham arabescos móveis nas páginas do livro.

O jardim é uma festa. Passa no ar uma borboleta amarela, como uma folha de papel de seda levada pelo vento. Um besouro zumbe em torno dum canteiro. Uma rosa se despetala lentamente e as pétalas rolam para o chão. Há, pelos canteiros, verdes de todos os matizes. As glicínias perfumam o ar. Por entre a relva se arrastam insetos minúsculos de asas coloridas.

Amaro fecha o livro e olha o jardim. …”

-Erico Veríssimo, em “Clarissa”.


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“O meu amigo mais íntimo é o sujeito que vejo todas as manhãs no espelho do quarto de banho, à hora onírica em que passo pelo rosto o aparelho de barbear. Estabelecemos diálogos mudos, numa linguagem misteriosa feita de imagens, ecos de vozes, alheias ou nossas, antigas ou recentes, relâmpagos súbitos que iluminam faces e fatos remotos ou próximos, nos corredores do passado – e às vezes, inexplicavelmente, do futuro – enfim, uma conversa que, quando analisamos os sonhos da noite, parece processar-se fora do tempo e do espaço.”

- Erico Verissimo, em "Solo de Clarineta – Memórias".





Erico Lopes Veríssimo (17 de dezembro de 1905. Cruz Alta RS Brasil - 28 de novembro de 1975, Porto Alegre RS Brasil). Romancista, novelista, contista, memorialista, tradutor e autor de literatura infantil.